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Como que um empreendedor deve escolher uma aceleradora para o seu projeto!

Os 5 fatores mais importantes o empreendedor deve considerar ao escolher o um parceiro de aceleração / incubação Edição 60 ROBERT JANSSEN Os 5 fatores mais importantes o empreendedor deve considerar ao escolher o um parceiro de aceleração / incubação e os programas que vão ter o maior impacto nas suas metas e crescimento são […]

1 de julho de 2021 10:00

Os 5 fatores mais importantes o empreendedor deve considerar ao escolher o um parceiro de aceleração / incubação

Edição 60

ROBERT JANSSEN

Os 5 fatores mais importantes o empreendedor deve considerar ao escolher o um parceiro

de aceleração / incubação e os programas que vão ter o maior impacto nas suas metas e

crescimento são resultados da avaliação e interpretação de dados arrecadados por um estudo

realizado pela associação internacional de Business Innovation (InBIA) com 235 respondentes

de várias regiões da América do Norte.

 

Os cinco fatores que os empreendedores devem considerar são:

 

1. Estágio de maturidade da startup: uma startup ainda no estágio inicial da ideia terá

necessidades bem específicas resultantes dessa realidade, muito diferentes daquelas de

uma startup já fracionada com vendas no mercado. Muitas vezes, o modelo de uma

incubadora pode ser mais adequado para as empresas que ainda estão na fase do

ideation. Uma aceleradora tem critérios de seleção que normalmente conjugam tração

de mercado, diferencial tecnológico e potencial para escalar o negócio, o que ainda não

está presente nas startups que se encontram na fase da ideia.

 

Entretanto, as respostas da pesquisa demonstraram que ainda existe muita confusão no

entendimento das diferenças entre aceleradora e incubadora. Por isso, aconselha-se ao

empreendedor focar-se no cruzamento dos serviços de suporte e redes que

especificamente conectam as suas necessidades, e não no rótulo ou posicionamento que

adota.

 

2. Alinhamento de missão, valores entre startup e aceleradora: incubadoras e aceleradoras

são mais bem-sucedidas quando conseguem alinhar sua missão e valores com a vocação

natural das regiões onde estão inseridas. Consequentemente, também as startups. Por

isso, é imperativo aos empreendedores conhecerem bem a missão, os valores e os focos

de atuação das aceleradoras/incubadoras. Porém, a proliferação e diversidade de

operações, que acabam tendo um posicionamento híbrido, tornam ainda mais difícil para

os empreendedores definirem as melhores alternativas. Isso se agrava mais quando

grande parte dessas operações de aceleração e incubação ainda está em fase inicial de

amadurecimento, enquanto outras estão mais avançadas na sua consolidação no

mercado.

Além de verificar a missão, os valores e o foco de atuação das aceleradoras/incubadoras,

os empreendedores devem prestar atenção na reputação de mercado dessas

organizações que estão considerando. Medidas de desempenho como eficácia gerencial,

efetividade, taxas de ocupação, número de clientes, e medidas externas como taxa de

mortalidade, empregos criados, investimentos externos conquistados, royalties coletados

e valuation das startups oferecem medidas de avaliação de desempenho.

Agora, alguns desses dados (KPI’s) podem não estar disponíveis. Algumas aceleradoras

podem ainda não ter uma “graduada” investida. No final, a reputação de uma aceleradora

ou incubadora é crucial para a tomada de decisão, pois pode automaticamente aumentar

a visibilidade da startup, o que certamente ajuda a atrair investimentos, recursos e

talento.

 

3. Política de seleção e graduação: incubadoras e aceleradoras, quando selecionam as

startups, aplicam critérios que carregam seus valores e foco de atuação. Além desses

critérios, empreendedores devem estar cientes de que o fator “Treinabilidade”

(coachability) tem sido aplicado por grande parte das organizações. Em especial as

aceleradoras, devido ao seu modelo, também examinam o potencial de rápido

crescimento (escalabilidade), composição e experiência da equipe, possíveis protótipos

existentes, propriedade intelectual e oportunidades de mercado.

Quando uma startup conclui um programa de aceleração ou sai de uma incubadora, dizse

que a mesma “graduou”. Contudo, há diferenças nas políticas de “graduação” entre

diferentes aceleradoras e incubadoras. Tipicamente, uma startup “gradua” quando a

aceleradora ou incubadora deixa de agregar valor, quando a startup cresce além do

espaço que ocupa, ou o tempo predefinido se concluiu. Porém, parece existir uma

flexibilidade na aplicação dessas políticas, de acordo com pesquisas realizadas e,

atualmente, a grande maioria adota o critério de nível de crescimento e desenvolvimento

das startups.

Graduação para as aceleradoras é diferente. Normalmente fazem valer os períodos  predefinidos nos programas de aceleração, uma vez que trabalham com grupos que

passaram por um processo de seleção coletivo e depois foram acelerados em forma de

turma. Uma das constatações feitas nos estudos é que boa parte dos respondentes

acredita que esses programas tendem a se focar somente na etapa final, o “Demo Day”.

Outros percebem que a aceleração deve ser uma continuidade da graduação da

incubação.

 

4. Natureza e alcance dos serviços prestados: incubadoras e aceleradoras oferecem aos

empreendedores uma grande variedade de serviços e recursos, mas os estudos

apontaram as 5 principais: i) acesso a recursos físicos, ii) suporte de espaço (escritório),

iii) acesso a recursos financeiros, iv) suporte direto aos empreendedores, e v) acesso a

redes de contatos relevantes. Porque o foco de aceleradoras e incubadoras é justamente

em realizar uma aceleração, organizações com menos de quatro desses serviços

tecnicamente não deveriam ser consideradas incubadoras. Os respondentes dos dois

estudos consideraram os seguintes serviços como mais importantes: i) espaço físico, ii)

ajuda com o básico para formar uma empresa, iii) assistência no marketing, iv)

comercialização de tecnologias, v) conexões para parceiros estratégicos e acesso a

investidores.

São fatores importantes a sustentabilidade financeira da aceleradora/incubadora e os

patrocinadores da iniciativa. Nos últimos anos, com as diferentes crises econômicas nas

diversas regiões, muito do apoio governamental e de agências de fomento diminuiu,

criando enorme pressão para os gestores, e fazendo com que dedicassem mais tempo

para buscar novos caminhos de financiamento, em detrimento do tempo que seria

investido no crescimento das startups.

Com isso, os empreendedores devem procurar entender o modelo operacional da

aceleradora/incubadora em mais detalhes. Onde conseguem financiamento para a

operação? Quando esse mecanismo de funding se encerra? Existem ameaças para o

modelo atual de financiamento? Qual o tempo total disponível que os gestores

conseguem se dedicar para a evolução de crescimento das startups?

Uma tendência recente é a expansão do tempo e dedicação por parte das aceleradoras,

estimuladas pelo fato de algumas startups demonstrarem evolução contínua e chances

de atingir as metas para seguirem para as próximas etapas da evolução empresarial, com

isso alongando os prazos de engajamento e comprometimento com a aceleração. Outra

tendência causada por essa continuidade é o surgimento de um modelo híbrido entre

acesso a recursos físicos e acesso a outros recursos através de uma plataforma virtual.

 

5. Redes de parceiros: um dos componentes mais críticos para as incubadoras e, em

especial, as aceleradoras com foco na tração de mercado, são as redes de parceiros. As

redes dos advisors, mentores, “entrepreneurs in residence”, parceiros corporativos e

provedores de serviços complementam a plataforma de serviços voltados para gestão de

programa e espaços oferecidos. Muitas incubadoras e aceleradoras, por exemplo,

montam consórcios de prestadores de serviços nas áreas de “back office”, como

assessoria jurídica, contabilidade, gestão financeira, e outras.

Essas redes funcionam como “propulsores” e “combustível” para o processo de

aceleração de tração nos mercados alvo. Chamamos de “propulsores” os parceiros

externos que fazem a conexão direta com o mercado via suas redes de canais e clientes

corporativos. E chamamos de “combustível” os advisors e, em especial, os mentores.

Adotamos essa diferenciação, pois uma startup consegue progredir sem uma turbina

propulsora, de forma mais devagar, mas consegue manter o movimento progressivo.

Entretanto, sem combustível nenhum veículo chega a algum lugar. A rede de mentores,

tanto aqueles com foco mais abrangente no desenvolvimento empresarial (horizontais),

como os com foco em conhecimento notório em alguma indústria específica (verticais),

funcionam como esse combustível.

Dentro da visão de redes múltiplas, o empreendedor deve verificar também quais são as

redes e os grupos de investidores que estão conectados com a aceleradora ou incubadora,

pois uma importante função da aceleradora é justamente conectar os empreendedores

com as possibilidades de investimento para dar continuidade ao seu crescimento

empresarial. Portanto, além de os empreendedores deverem sempre buscar conhecer as

redes de advisors, mentores e investidores que estão conectados à aceleradora e

incubadora, precisam também entender qual é o tipo de relacionamento mantido entre

a aceleradora e incubadora com os integrantes dessas redes de advisors e mentores. Eles

estão disponíveis em tempo integral? Eles são pagos para realizar essa assessoria? Qual o

track record de realizações que esses advisors e mentores tem, dentro dos segmentos de

atuação e proposta de valor sendo oferecidos pelos empreendedores?

 

 

 

 

 

CONCLUSÃO

Em todo o mundo, aceleradoras e incubadoras são percebidas como mecanismos vitais para

a promoção da inovação e do desenvolvimento econômico sustentável. Mesmo com a

existência de desafios na adoção de padrões compartilhados de avaliação de sucesso nas

diferentes iniciativas, fica cada vez mais evidente que as iniciativas e os projetos que

conseguem ser acelerados têm maiores chances de sobrevivência no futuro.

Como conclusão, para decidir na escolha de um parceiro de aceleração, um empreendedor digital deve considerar o seguinte:

Estágio de maturidade: incubadoras parecem ser mais adequadas para as startups

ainda na fase da ideia, enquanto startups já com tração combinam mais com as

aceleradoras, devido ao melhor aproveitamento.

Alinhamento das necessidades do empreendedor com a missão, objetivo e foco de

atuação: apesar do aumento crescente das opções a cada semana, empreendedores

devem prestar atenção às suas necessidades de curto e longo prazo e ter certeza do

alinhamento com a aceleradora ou incubadora.

Política de seleção e graduação: os empreendedores devem verificar o grau de

flexibilidade existente na aplicação dessas políticas.

Natureza e alcance dos serviços prestados: os empreendedores devem fazer um

cruzamento detalhado das necessidades preeminentes que seu projeto tem, com os

serviços oferecidos pela aceleradora ou incubadora e sua capacidade de disponibilizálos

no momento necessário.

Redes de parceiros: empreendedores devem buscar uma variedade de serviços de

suporte (ou seja, jurídico, regulatório, técnico, propriedade intelectual e finanças).

O conceito de incubadoras e, principalmente, aceleradoras é relativamente novo no Brasil, e

em franco desenvolvimento. Portanto, existe a necessidade de maior análise das suas

operações e efetividade. Tem sido dado muito foco às iniciativas digitais (TIC) e outras

consideradas de acesso a mercado de curto prazo. Assim, sabe-se pouco sobre outras

iniciativas consideradas de acesso a mercado de longo prazo, como é o caso dos projetos de

biotecnologia e áreas correlatas.

 

 

 

Robert Janssen

CEO da Aceleradora OBr (Outsource Brazil)

Vice-Presidente de Relações Internacionais da Assespro

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