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Liderança e inspiração

Como um barco sem timoneiro não segue o rumo, uma empresa ou país sem uma liderança não segue em frente edição 55 ALEX HERMANN Como um barco sem timoneiro não segue o rumo, uma empresa ou país sem uma liderança não segue em frente. Isso fica mais evidente durante uma tempestade – se o capitão […]

1 de julho de 2021 07:28

Como um barco sem timoneiro não segue o rumo, uma empresa ou país sem uma liderança não segue em frente

edição 55

ALEX HERMANN

Como um barco sem timoneiro não segue o rumo, uma empresa ou país sem uma liderança não segue em frente. Isso fica mais evidente durante uma tempestade – se o capitão não tomar as decisões certas, o barco vira e afunda. Durante uma recessão, não é diferente: é necessário se reposicionar, cortar custos e buscar novas receitas. Os líderes são essenciais nesses momentos difíceis e suas decisões podem decidir o futuro ou o fracasso de uma empresa, já que a margem para erros diminui bastante nestas condições.

 

 

 

O líder certamente é o personagem mais polêmico e imprescindível em uma organização. É ele quem faz a ponte entre a alta direção e demais colaboradores, é um agente motivacional, que pode ser responsável pela solução de problemas que passam despercebidos por muitos, que não se abate por fracassos temporários e que consegue colocar em prática o planejamento, mesmo em períodos de crise.

 

Uma das características fundamentais da liderança é o comprometimento, entendendo que comprometer = prometer + com, ou seja, saber se posicionar na ação conforme fez Prometeu (pro + metis), o titã da mitologia grega, que significa aquele que pensa antes, que premedita. Aliás, o poder humano de raciocinar é considerado uma obra prometeica, por seu dom da previsão. Na mitologia, Prometeu sabia as consequências que viria a sofrer, bem como lhe foi possível antever que alcançaria a liberdade após a experiência de dor figadal, imposta pelo onipotente Zeus, arquétipo do chefe vaidoso, dotado de um rancor literalmente figadal.

 

Encontramos líderes em todos lugares, mas muitos não sabem bem seu papel nos desafios das mudanças, estão sempre em busca da excelência pessoal e domínio de sua essência individual para conseguirem efetivamente inspirar seus seguidores. Segundo Wellington Moreira, um bom líder deve conseguir manter uma forte coesão do grupo para alcançar um sucesso coletivo e manter a energia direcionada para superar todos obstáculos. Deve acreditar que tempos melhores virão e só trabalhando duro e fazendo alguns sacrifícios eles chegarão aos resultados. Deve influenciar, monitorar e reconhecer os esforços do grupo. Deve manter o foco nas competências essenciais para o propósito e direcionar as energias para as novas oportunidades. Deve buscar sempre a excelência nos processos, pois são alvos móveis, e a excelência é um dos caminhos para a sustentabilidade da organização. Por fim, também deve desenvolver novos líderes, humildes e conscientes, que acreditam no trabalho e não na sorte ou no dinheiro.

 

Um grande líder precisa ser inspirador, precisa agir e se comunicar diferentemente da maioria, segundo Simon Sinek. A maioria de nós age e se comunica de fora para dentro, da coisa mais clara para a mais confusa, diferentemente dos inspiradores, que agem e comunicam de dentro para fora. Normalmente, nós dizemos o que fazemos, como somos diferentes ou melhores e esperamos algum tipo de atitude, uma compra, um voto, ou alguma coisa do tipo.

 

Podemos entender melhor usando a Biologia. O cérebro humano é dividido em três componentes principais: o neocórtex é responsável por todo nosso pensamento analítico, racional e pela linguagem; e as duas outras seções do meio formam nosso cérebro límbico, que é responsável por todos nossos sentimentos, como confiança e lealdade, e também pelo comportamento, como a tomada de decisão. Quando nos comunicamos de dentro para fora, falamos diretamente para a parte do cérebro que controla o comportamento, e então permitimos que as pessoas racionalizem as coisas tangíveis que dizemos e fazemos.

 

Na verdade, tudo acontece no cérebro límbico, a parte que controla as decisões e não a linguagem, e, se você não sabe o porquê faz e o que faz (e as pessoas respondem ao porquê você faz e o que faz), então como você vai conseguir pessoas que votem em você, ou comprem algo de você, ou, mais importante, que sejam leais e queiram fazer parte daquilo que você faz.

 

Quando você monta uma equipe, o objetivo não é apenas contratar pessoas que precisam de emprego; é contratar pessoas que acreditam no que você acredita. Se você contratar pessoas apenas porque podem fazer o trabalho, elas vão trabalhar pelo dinheiro, mas, se você contratar pessoas que acreditam no que você acredita, elas vão trabalhar para você e dar o sangue, suor e lágrimas.

 

Isso explica por que a Apple é uma empresa de tecnologia como qualquer outra, mas sempre teve milhares de fãs e as pessoas se sentem mais confortáveis comprando um aparelho da Apple, pois acreditam no que ela acredita e no que Steve Jobs também acreditava. A Apple acredita em transformar o mundo e as pessoas através da facilidade de uso da tecnologia.

 

A tecnologia é feita para as pessoas e não contra elas.

 

Martin Luther King conseguiu reunir 250 mil pessoas em 1963, pois disse que acreditava que o mundo não seria justo se todas as leis que são feitas pelos homens fossem consistentes com as leis de Deus.

 

 

 

Nesse momento do Brasil, nos perguntamos: onde estão os nossos líderes inspiradores?

 

Com certeza não estão em Brasília, nem em Curitiba. Apesar de meu cérebro límbico estar no Paraná e acreditar que o câncer só pode ser removido com uma cirurgia, ainda espero que um novo líder assuma o timão e nos guie para fora da tempestade, com as reformas políticas, administrativas e fiscais necessárias, como nossos vizinhos Argentinos já estão fazendo.

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