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Trabalho coletivo: união de empresários fortalece o setor

Edição 63 CHRISTIAN TADEU O setor de tecnologia da informação movimenta o segundo maior PIB do Distrito Federal e reúne empreendimentos do Brasil e do mundo: são startups e grandes, médias, pequenas e micros empresas que somam perto de 5 mil empresas. Transformar esse contexto de vozes muitas vezes dissonantes em um ambiente de esforço […]

2 de julho de 2021 20:47

Edição 63

CHRISTIAN TADEU

O setor de tecnologia da informação movimenta o segundo maior PIB do Distrito Federal e reúne empreendimentos do Brasil e do mundo: são startups e grandes, médias, pequenas e micros empresas que somam perto de 5 mil empresas. Transformar esse contexto de vozes muitas vezes dissonantes em um ambiente de esforço conjunto, com foco em alcançar objetivos em comum, não é uma missão trivial. Mas foi o desafio aceito pela Assespro DF e as quatro entidades que representam o setor na capital do país. Os resultados já se mostram como importantes suportes estratégicos ao fortalecimento e ao crescimento de todo o ecossistema de TI brasiliense.

A engenharia capaz de agregar o Sindicato das Indústrias da Informação do DF (Sinfor DF), a Associação de Startups e Empreende-dores Digitais (ASTEPS), Sindicato das Empresas de Serviços de Informática do DF (Sindesei) e a Câmara Temática de Tecnologia da Informação da Federação do Comércio do Distrito Federal (Fecomércio DF) é racional e lógica, no entanto necessitou de pessoas que discutissem políticas e interesses comuns antes de debates envolvendo particularidades de cada ente.

A pauta comum nasceu de uma conversa entre aqueles que conhecem o setor e sabem o suficiente para evitar temas geradores de conflito. Afinal, as empresas são entidades que precisam aumentar o lucro e disputar fatias de mercado. A concórdia, em uma roda de empresários e executivos de um mesmo ramo, se obtém ao se focar no vigor do mercado como um todo. Cresce o bolo, as fatias ficam maiores e o lucro tem potencial para se expandir.

O papel que a Assespro DF desempenhou no engajamento foi natural. Contou o fato de a entidade ter caráter associativo e histórico, com seus 42 anos de bits e cliques. A experiência de sentar todos à mesa, desde 1976, serviu para canalizar uma aproximação dos sindicatos, câmara comercial e startups. O presidente da Assespro DF, Christian Tadeu, que fala junto a seus pares, destaca a importância da representatividade:

 

Todos concordamos que precisávamos de uma visão de conjunto.

 

 

 

INTEGRAÇÃO

 

O pensamento é comum junto às outras entidades. Marco Túlio, presidente do Sindesei, elogia a costura feita por Christian à frente da Assespro DF. “Todo setor tem diferenças e pontos em comum. A ideia desenvolvida pelo Christian foi tratar dos pontos em comum”, explica. Nesse ambiente, continua Marco Túlio, os representantes de empresas de diferentes tamanhos ganham voz para sugerir uma pauta, independentemente do faturamento de quem propõe.

O presidente do Sinfor, Ricardo de Figueiredo Caldas, acredita que a defesa dos interesses do setor alcança as empresas. “Nada mais produtivo do que as entidades juntas, fortalecendo e defendendo os seus interesses”. Ele continua: “Somos associações e sindicatos, temos indústria, comércio e serviços e muitos objetivos em comum dentro do setor de tecnologia da informação do Distrito Federal”.

“Brasília precisa, mais do que nunca, da união do setor de tecnologia de informação para crescer com o restante do mundo. As chances são muitas, as oportunidades são enormes, mas precisamos ter foco e união para que isso seja aproveitado e traga melhorias para os empresários, a sociedade e a cidade como um todo”, deputado Cláudio Abrantes (sem partido), membro da Comissão de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo da Câmara Legislativa.

O presidente da ASTEP, Hugo Giallanza, reforça o coro. “Esta união corroborou com o entendimento de propósito comum, que facilitou com que  hoje os atores do segmento privado, do setor produtivo e  setor como legislativo e executivo se conscientizem  da importância deste setor”, defende.

O presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, usa a vocação local para justificar a aglutinação de interesses. “O Distrito Federal é forte no comércio, nos serviços e no turismo, notadamente em atividades voltadas para a inovação”. De acordo com Adelmir, o mercado o setor de TI está em expansão. “A união do setor é importante para defender os pleitos e anseios dos empresários”, ressaltou Adelmir.

 

 

 

Atuação política gera ganhos para todos

 

Se existe um momento em que é fundamental ter um discurso afinado é na aproximação com o legislativo. Dessa forma, o setor de TI acompanha as tramitações na Câmara Distrital, troca ideias com os representantes eleitos, manifesta a visão do setor e oferece soluções. “Temos muito sugerir e, às vezes, correções a fazer”, propõe o presidente da Assespro DF.

A interlocução com os representantes também toca em pontos estratégicos para o desenvolvimento da TI no Distrito Federal. Políticas de fomento, estruturas mais competitivas para as empresas e investimentos em pesquisa direcionados a produtos são alguns dos tópicos levantados pela Assespro DF e as quatro representantes do setor. O empresariado acredita que é importante gerar um produto.

 

Além do legislativo, a Assespro DF e as quatro entidades têm posições claras no diálogo com o governo do Distrito Federal. Algumas políticas públicas são tratadas na esfera do executivo, como os incentivos para o setor, redução da carga tributária, os pleitos junto a secretaria de Ciência e Tecnologia e, mais especificamente, sobre o Biotic.

O Biotic é um formato que já mostrou sua eficácia em outros locais, como o Porto Digital, em Pernambuco, ou Sinapse da Inovação, em Santa Catarina. Delimita-se um território para o setor de TI e inovação, criam-se políticas públicas de estímulo para a atração de instituições âncoras, capazes de atrair fornecedores de tecnologia e, com isso, gerar um campo para gravitar em torno um ecossistema capaz de gerar negócios, alocação de serviços e fazer o setor girar. O Biotic, localizado no produtivo cerrado brasileiro, também planeja somar interesses do capitalizado agrobusiness nacional. “Agro é tech”, lembra a publicidade na tevê. Falta detalhar, lembra Christian Tadeu, a política de incentivos que essas transferências vão acarretar.

Ao fazer suas avaliações internas, o setor de TI se vê em vanguardas pelas quais pagou um preço injusto pelo pioneirismo. No caso das novas relações trabalhistas, por exemplo: hoje, a legislação foi modernizada com a reforma, em 2017, mas há mais a se pleitear. “Nós queremos continuar a avançar neste tema”, explica Christian.

 

 

 

Acompanhamento atento dos impostos

 

Outra reivindicação comum a empresários, executivos e líderes do setor é a necessidade por impostos adequados. “No Distrito Federal, temos uma das maiores cargas tributárias da federação”, compara Christian Tadeu, que critica: O Estado não pode salvar suas contas com taxações e impostos sem sentido.

 

 

 

No debate sobre o equilíbrio fiscal, novamente, o setor de tecnologia da informação tem exemplos e ideias a oferecer ao poder público. “Um Estado menor, com um quadro mais compatível e custos reduzidos é possível e viável, com ferramentas tecnológicas atuais e novos processos”, sugere o líder da Assespro DF. Essa bandeira, como outras, é carregada por todos do setor.

Em diferentes níveis e de forma proporcional, todo o setor de TI enfrenta dificuldades ao pedir um financiamento junto ao BNDES. As barreiras começam nas exigências burocráticas, conta Christian Tadeu, e se prolongam nos prazos para análise do projeto que superam os seis meses e podem chegar a um ano. “Perde-se o timming do negócio e isso é fatal em um setor tão dinâmico como o de TI”.

O financiamento por instituições de fomento é uma dificuldade grave, mas fazer um investimento de longo prazo com bancos privados é submeter-se a taxas de juros abusivas, articula Christian Tadeu. Algumas demandas do setor de TI superam os limites do ramo e são comuns à atividade empresarial como um todo. “Precisamos de uma política econômica austera, dura, capaz de manter uma política cambial previsível, sem rupturas”, enumera o presidente da Assespro DF, que possui o conhecimento do setor como lastro para algumas colocações. “As empresas pedem um Norte; precisam saber o caminho a seguir para um planejamento de longo prazo. É a única forma onde todos crescem”.

 

 

 

 

 

Próximos passos incluem política e legislação trabalhista

 

 

 

A integração é recente entre as empresas de TI no Distrito Federal. Já rendeu alguns frutos, mas novas pautas estão sendo articuladas para consolidar a visão de um setor com interesses comuns. O presidente da Assespro DF, Christian Tadeu, vê algumas situações no calendário de médio e longo prazo, capazes de aglutinar empresas, executivos, empresários e empreendedores.

O ano de 2018 é de eleições e a sociedade civil tem que ouvir e se expressar para candidatos a todos os cargos, independentemente das bandeiras partidárias ou das plataformas anunciadas.  O setor de TI no Distrito Federal é um dos mais importantes do país e tem relevância econômica. Tem uma pauta a propor em nome de praticamente 5 mil empresas que investem em inovação e produzem riqueza, que gera impostos. É uma voz a ser ouvida, em especial, pela forma integrada que se manifesta. Todos estão interessados em ouvir também. Ao se ouvir os candidatos a deputado, a senador e a governador é possível ponderar qual apresenta uma proposta mais adequada para a TI no Distrito Federal.

Outro tema que está no horizonte está relacionado às relações profissionais. A legislação trabalhista começou a ser atualizada, diz Christian Tadeu, mas precisa ser mais moderna. A razão é tecnológica: os dispositivos móveis, a tendência pelas estações de trabalho em casa e tantas outras novas configurações tornam essas relações cada vez mais dinâmicas, desvinculadas da temporalidade (embora presas a prazos) e independentes do espaço físico. “Há empresas, em Brasília, que antes ocupavam andares e hoje mantém seus colaboradores em home office”, argumenta Christian Tadeu.

 

 

 

“Queremos segurança jurídica para os novos

contratos de trabalho, pedimos desoneração

da folha, alívio nos impostos incidentes

no trabalho e menos concorrência das empresas

públicos como é o caso do SERPRO.

Tudo terá repercussão em uma remuneração

mais vantajosa para quem trabalha.”

 

 

 

 

 

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